quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cap 1 - Descobrindo o inferno

Estou aqui faz alguns dias, sem saber como está lá fora, não tomo banho faz dias tambem, comer eu como as vezes, separei aqui algumas bolachas e alguns enlatados que havia na pensão.
Não sei como estão meus pais, nem minha irmã, muito menos meus amigos, estou totalmente só aqui desde que isso tudo começou, tento apenas ficar quieto, gastar a menor quantidade de energia, pra não sentir tanta fome.
As vezes eu levanto e dou uma olhada na janela do outro quarto, pois ela tem uma pequena brecha, a eles continuam lá fora, claro fora do portão, o portão é de grade, e mesmo assim eles não entraram, talvez porque eu até agora não fiz barulho, ou não sentiram minha presença.
Durante o dia, escrevo em meu diário, ou leio algum livro que tenho em meus quarto, pois não tenho mais nada a fazer alem disso, energia acabou, então quando começa a escurecer, já me preparo pra tentar dormir, pois a dias tambem não durmo.
A tensão é muita, tem dias que eu penso ate em tirar minha própria vida, mas tenho a esperança de algum dia ver minha família que a um mês viajaram para são Paulo a negócios, e eu preferi ficar aqui, pois não queria viajar e deixar as coisas aqui a sós, porque sempre que viajavam eles falavam que iriam voltar logo mais na verdade sempre demoravam.
Desde então to dormindo aqui em casa só, e foi numa noite dessas que os demônios vieram a terra, era mais ou menos 2:20 da madrugada, uma chuva muito forte, parecia que o mundo estava acabando em água naquela noite, naquele momento eu acordei assustado, pois tinha acabado de ouvir um grito vindo da rua, era um grito horroroso, não parecia que era grito de gente, mas na verdade era.
Eu levantei da cama, e abri a janela um pouco, pois pensei que era alguém sendo assaltada, pois aqui no setor é muito freqüente ser assaltado, e se fosse assalto eu não queria que os bandidos me vissem, então não abri muito a janela, mas foi um susto pior que o grito, a mulher estava deitada no asfalto, já sem movimento, e tinha dois caras em cima dela, no começo pensei que fosse dois estupradores, mas vi direito que não era isso.
Os dois homens estavam mordendo a mulher e retirando a dentadas pedaços dela, um mordia em seu pescoço, e o outro na coxa, era uma cena que eu jamais tinha visto, alias, eu já tinha visto mais era em filmes, e pela tv não era uma cena tão horrível, mas vendo ali na minha frente eu fiquei paralisado de medo, não sabia o que fazer, quando uma viatura da policia chegou no local, acho que os vizinhos tinham chamado.
Os policiais apontaram as armas para os homens e disseram alguma coisa que não pude escutar por causa da chuva que estava muito forte, mas o homens nem levantaram, e um dos policiais atirou pra cima dando sinal de alerta aos homens, mas desta vez eles olharam para os policiais, os dois se levantaram e foram andando bem calmamente em direção aos policiais, e olhavam a pobre moça já morta no chão, ela estava totalmente ensangüentada, e quase toda dilacerada pelas dentadas.
Os policias disseram mais algumas palavras e depois deram alguns tiros nas pernas dos rapazes, eles caíram no chão, mas para a surpresa minha e principalmente dos policiais os dois se levantaram, mas desta vez correram para cima deles, os policiais correm também, mas não deu para ver o resto, porque eles tinham corrido para o outro lado da rua, onde não era possível eu ver o que havia acontecido.
Eu como no outro dia precisava acordar cedo para ir ao shopping para procurar emprego, fui dormir e deixar a bagunça para os policiais resolverem.
O celular despertou e eu acordei, sentei-me na cama e apenas cosei a cabeça, levantei, peguei minha toalha e fui tomar um banho bem quente, ao terminar o banho, fui para a cozinha mesmo sem ter vestido roupa, pois eu estava só na casa, então ninguém iria me ver mesmo, tomei meu café, e voltei para o quarto, onde me vesti e peguei tudo que iria precisar para sair.
Ao abrir a porta de casa, fui andando em direção ao portão sem mesmo me lembrar do ocorrido na noite passada, quando cheguei no portão, me deparei com uma sena horrível, o corpo da mulher ainda estava lá, eu quase vomitei quando vi aquilo, e não entendi o porque dos policiais ainda não terem tirado aquele corpo dali.
Eu abri o portão e sai em direção ao ponto de ônibus, de onde eu iria pegar a locomoção ate o shopping, o ponto fica apenas a um quarteirão de casa, quando estava eu chegando no ponto de ônibus tinha duas pessoas no ponto já, mas elas estavam tão estranhas, estavam de cabeça baixa, meio tontas, estavam paradas, mas pareciam que iriam cair a qualquer hora.
Quando eu fui chegando perto, ouvi um grande barulho, quando olhei para a rua de cima onde havia uma praça, eu avistei uma grande explosão, um caminhão com combustível tinha batido na rede elétrica e provocou curto circuito na rede, que provavelmente fez com que provocasse a explosão, eu fiquei ali parado olhando atentamente a explosão ate que percebi que o ônibus que eu estava esperado ele estava totalmente parado e desligado na esquina.
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas minha intuição me dizia pra sair dali agora mesmo, e eu voltei em direção a minha casa, mas antes de virar a esquina, percebi que em meio a rua tinha umas 15 pessoas andando devagar quase parando, eu não sabia porque as pessoas naquele dia estavam assim, e outra coisa que percebi, elas estavam todas cheias de sangue, fiquei assustado quando percebi que era realmente sangue.
Eu fui andando em direção a elas, para poder ir para minha casa, mas no estante que eu chegava a uns 10 metros daquelas pessoas uma delas me olhou e eu levei um grande susto, pois a pessoa que me olhou estava totalmente sem a mandíbula, e ele veio seguindo ate mim, e lembrei do que aconteceu com os policias, e não quis esperar pra ver o que iria acontecer se chegasse perto de mim.
Quando me virei para voltar e rodear o quarteirão ate chegar em minha casa, o cara que me olhou tava me seguindo, e do mesmo instante, todos eles vieram andando, mas cada vez mais pareciam andar rápido ate que um deles gritou e começou a correr, eu não sei como mas corri também, e corri muito, em direção a outra esquina na quadra, pois só queria chegar em casa.
Quando eu estava subindo a esquina, perto da onde estava o caminhão pegando fogo, tinha também pessoa lá perto, mas agora sim eu fiquei em choque, as pessoas que estavam lá perto estavam pegando fogo, algumas estavam se rastejando pelo chão, mesmo assim não liguei para eles, continuei a correr, ate que vi que eu estava correndo para a boca do leão, pois a minha frente percebi que havia um numero maior de pessoas me senti encurralado naquele momento.
Eu não sabia para onde correr, ate que vi uma casa de portão aberto, não pensei duas vezes corri para dentro e fechei o portão, parecia que nenhum deles tinha me visto entrar, eu com tanto medo sentei-me no chão, tentando entender e dar uma explicação lógica para aquilo, mas não sabia realmente o que era.
Quando me dei uma recupera ali mesmo, olhei para frente e percebi que a janela estava aberta e no mesmo momento se fechou, eu levantei e dei uma olhada pra ver se tinha algum perigo de algum daqueles caras entrarem, e parecia que eles estavam longe.
Eu fui chegando perto da janela e ela se abriu e um cara com uma arma apareceu diante de mim.

- me responda você está ferido ou não?

Eu simplesmente fixei meus olhos nele e com muita calma respondi.

-eu não estou ferido, só estou procurando algum abrigo. Por favor deixa eu entrar.

O cara me olhou fixamente nos olhos e abaixou a arma saindo da janela, abriu a porta e me puxou para dentro.
Eu olhei para ele, e eles parecia estar vindo de uma guerra todo sujo, estava com facões no sofá, uma arma na mão e umas facas de pão da cintura.

-você sabe o que está acontecendo aqui na cidade ?

-não é só na cidade cara, acho que é no planeta todo, só pode ser coisa do governo, produto químico, arma biológica, alguma coisa que eles soltaram.

-mas o que realmente está acontecendo, e que eu não estou entendendo nada.

-cara sentisse, vou te contar, tudo que esta ai fora, essa bagunça toda foi esses malditos zumbis...
-espera cara, calma ai. Eu olhei ele e pensei comigo que ele estava louco, mas naquela situação eu poderia acreditar em tudo.

Então continuei:
-quer dizer que eu estava fugindo agora era de zumbis?!

-sim cara é meio dificio de acreditar, mas é verdade, você tem alguma outra explicação, essas merdas ai, comem carne humana, não pensam, não falam, a morrem so quando é acertado na cabeça.

Eu fiquei ali pensando, quase não dei ouvido ao que ele falava, estava só tentando repor minhas idéias, e tentar saber como eu tinha parado ali, estava torcendo para ser somente um sonho.
Mas acordei do meu profundo pensamento, com o cara me chamando para o fundo da casa dele, quando cheguei lá levei um basta susto que me fez cair no chão.
Havia uma arvore e nela tinha umas três pessoas amaradas, mas o que me chamava mais a atenção era que elas estavam sem braços sem pernas totalmente nuas e cheias de furos que mais parecia buracos de tiros, a pele deles estavam enrugadas, sinal de que estavam ali fazia algum tempo, e o que me surpreendia era que ainda estavam vivos.
O cara me levantou e me colocou sentado em uma cadeira, ele pegou um facão e começou a dar pancadas naquelas pessoas, eu me levantei e gritei.

-cara para com isso, que maldade.

-maldade ? ou isso aqui não sente mais nada não, se eu soltar eles, mesmo sem braços e sem pernas iriam tentar te matar.

No mesmo instante que ele tinha dito aquilo um barulho se fez vindo do corredor do quintal, ele saiu correndo e rindo m direção ao local, chegando lá me deparei com um buraco feito no chão, era grande o buraco, e lá dentro havia mais de 20 pessoas, ou zumbis, depende de como você chamaria.

-como você se chama cara ? ele me perguntou.

-me chamo Dante, e o seu ?

-eu me chamo Ronaldo, pois então Dante venha aqui, tá vendo isso aqui, era pra ser um poço, mas agora é uma cadeia de zumbis. E deu uma gargalhada horrível.

Eu fiquei ali em pé olhando para ele e para aquela crueldade, mas na realidade não sabia mais o que estava certo ou errado.

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