terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cap 3 - Prisão domiciliar

Da porta me levantei depois de alguns minutos, estava com muita vontade de tomar um banho, ver televisão, comer algo, ligar para meus pais e saber se estavam bem.
Cheguei em meu quarto, peguei a minha toalha vermelha e fui direto para o banheiro, ao ligar o chuveiro, percebi que não tinha água quente, logo lembrei do ocorrido, na praça que deve ter danificado toda a energia do setor, tive que tomar banho gelado.
Ao terminar me vesti e fui ate a cozinha, comi algo que havia ali, um pão com um café frio, porque a geladeira não podia se abrir, por causa da falta de energia, tinha estragado muita coisa lá dentro, e conseqüentemente um mal cheiro insuportável.
Me enchi com aquele pão mesmo, fui para meu quarto, e chegando lá deitei me na cama, e me cobri com o edredom e tentei dormi, mas apenas cochilei, os gruídos daquelas coisas lá fora era tão amedrontador que eu não sabia pensar em outra coisa a não ser ele.
Meu medo era constante, as vezes olhava pra fora e ficava ali na janela olhando para eles que passavam no portão, de um lado para o outro, as vezes ficavam parados mais de hora num lugar só.
Tentei ligar pra minha família e o telefone só dava fora de área, e cada vez eu ficava mais aflito e mais entediado, a única coisa que me deixava quase que o dia todo tranqüilo era meus livros que eu tinha, era muitos mesmo, de terror, suspense, ação, ficção, romance, parecia uma biblioteca.
Todo dia eu fazia a mesma coisa, levantava comia umas 2 bolachas e um pouco de água, porque não tinha suco nem café mais, e o leite já tinha estragado, lia um livro, e na hora do almoço comia mais umas 2 bolachas com água, sem falar que chegou uma hora que acabou a água não sei por qual motivo.
Desde então não tomei mais banho, não tomava muita água, porque a única água que tinha era do filtro, que no Maximo dava pra três dias se eu fosse tomar normalmente, mas eu tomava por dia um copo e olha lá, pra não passar cedo, e quando chovia eu pegava a água da chuva pra beber e ate tomar banho.
A minha situação era dificiu, a comida também estava acabando, tinha algumas bolachas somente, eu estava mais magro acho eu uns 6 a 7 Kl, por não comer direito, eu tinha perdido a noção do tempo já, não sei que estava ali fazia mês, ou semanas, ou apenas dias, estava eu ali apenas tendo força pra pensar, e toda hora pensava em como estaria meus pais, meus amigos, e se Ricardo tivera mesmo conseguido chegar até o shopping.
Foi então que tive a idéia de pegar um caderno antigo e fazer dele meu diário, se alguém me encontrasse iria ler o que passei aqui pra sobreviver, comecei a escrever, escrevi tudo, desde que acordei de madrugada e vi os policiais sendo atacados ate agora no momento em que estou quase morrendo, de fome.
A sorte foi que eu achei uns enlatados na pensão que eu havia esquecido, tinha ate muita coisa, umas salsichas, uns milhos, palmito, bastante coisa em conserva, eu abria um a cada dia, e as vezes nem abria comia era bolacha mesmo, quando eu comia era algo tão bom, eu me sentia tão feliz.
Mas eu sabia que aquela comida não ia dar para o resto da vida, sabia que uma hora eu iria ficar sem comida e sem nada mais, e iria morrer de fome em breve.
Por isso eu economizava o Maximo, a água que vinha dentro dos enlatados eu tomava pra acabar coma cede que era muita, aquela água era salgada mais era a única que eu tinha, então tomava mesmo assim.
Numa dessas idas a pensão pra pegar uma lata de milho deixei uma caixa de ferramenta cair e fez um tremendo barulho, que conseqüentemente, fez com que os mortos vivos ficassem de alerta para minha casa, eu olhei pela janela e eles estavam lá olhando para minha casa, como se esperassem algo aparecer, ou algum barulho novamente para eles atacarem.
Eu fiquei ali na janela parado feito estatua durando muito tempo, eles não descansavam, pareciam mesmo zumbis, mas logo depois de umas duas horas eu acho que eles começaram a saírem e andarem de volta a rua, eu fiquei muito aliviado.
Mas mesmo depois que eles saíram do portão eu fiquei ali parado olhando para eles na rua, todos ali, andando sem sentindo, não pensam, não falam, não fazer nada além de grunhir.
Eu voltei para meu quarto cabisbaixo, com a lata de milho em conserva na mão, sentei-me na cama e comi o milho e tomei a água que havia dentro de frasco, aquilo foi minha alimentação para o dia todo, porque os alimentos estavam acabando e eu estava somente a alguns dias, ou umas semanas, não sei bem quanto tempo.
Tudo era como uma copia do dia anterior, tudo igual, não tinha nada de novo, sempre os mesmos livros para ler, sempre as mesmas comidas, sempre o mesmo cansaço, nada mudava, apenas minha fome que era muita, chegou a um ponto que eu não conseguia mais me levantar de tanta fome.
Foi então quando resolvi, tirar minha própria vida, mas pensei bem e não tive coragem, pensei em minha família, em meus amigos, pensei em ter alguma chance de saída dali.
Resolvi então de que seria de um jeito ou de outro eu iria morrer, então que eu morresse feliz, fui ate a pensão e juntei todas as comidas que tinha na casa, deu mais ou menos comida pra uns 2 a 3 dias, pra eu comer decentemente.
No primeiro dia, eu comi bastante, comi com vontade, enchi a barriga e dormi ate melhor do que nos outros dias, eu já estava até voltando e ler, tava feliz, fiquei por um bom tempo, na janela vendo aquelas criaturas passando, e imaginando se eu tivesse como matá-los.
Já no segundo dia, eu fiquei continuei comendo bem, comi bastante e ate fiz alguns exercícios no meu quarto, achei em meio a bagunça de meu guarda-roupa álbuns de foto antigas, tinha fotos minhas quando eu era pequeno, fotos da família, parentes.
Fiquei ali lembrando cada coisa, e nas fotos que eu não estava ficava imaginando como era aquele tempo, e o quanto aquelas pessoas eram felizes e muitas vezes brigavam e ficavam chateadas.
Mas eu sim estava passando por algo ruim, e em tem como reclamar, preferi viver meus últimos dias de vida com alegria e bastante felicidade, estava ali comendo muito, não era tudo coisa boa, mas era o que eu tinha pra me satisfazer, fiquei pensando em tudo que já havia feito na vida.
Nas mancadas, nas namoradas que já tive, nos amigos e nas brigas que fiz por aí, em meus tios, pensei em tudo, pensei em toda coisa que fiz de errado, se eu tivesse feito diferente se eu tivesse feito com mais vontade.
Por um momento eu dei fé que eu estava prestes a morrer mesmo, dizem que quando a gente começa a ver a nossa vida toda como num filme é sinal de que estamos perto de morrer.
Eu pensei que esse “filme da minha vida” iria passar como num relance do nada, mas na verdade, eu era o diretor, estava ali, parado, juntando fatos, lembranças, desastres, tudo que eu conseguia lembrar colocava no papel do meu caderno, que acabara feito de diário.
Quando terminei de escrever fui dormir para no outro dia, provavelmente meu ultimo dia de vida, fazer de tudo para ser um grande dia.
Naquele dia levantei cedo, olhei para o sol que já estava ate alto aquela hora do dia, era mais ou menos umas 11:25 da manha, não sabia se o relógio da cozinha estava certo, mas essa era a hora que ele apontava.
Me levantei, procurei em meu guarda-roupa a melhor roupa que eu tinha, me arrumei peguei a arma e o facão que Ronaldo tinha deixado pra mim, e coloquei em meu sinto.
Sentei na cama e estava ali com apenas algumas bolachas e umas latas de conservas, comi tudo pois estava com muita fome, aquela ia ser a minha ultima refeição antes de morrer, depois de estar totalmente “feliz” me levantei e olhei tudo em minha volta, meu quarto, meus livros, minhas roupas, os álbuns de fotografia da família.
Passei pela casa toda olhando cada canto e desta vez relembrando como era quando estavam aqui com a casa cheia, todos da família, aquela bagunça que eu ficava grilado, mas que no fundo eu gostava, até chorei um pouco ao relembrar das risada que dava na sala, ou na área de serviços.
Naquele momento eu estava preparado pra morrer, abri a porta da frente e fui em direção ao portão, eu naquele estante meu coração queria sair pela boca, tudo parecia estar em câmera lenta, meus passos no chão dava pra ouvir, as batidas do meu coração que estavam aceleradas, o grunhido dos mortos que ao me verem estavam vindo em direção ao portão, não haviam muitos mas os que tinham ali estavam quase derrubando o portão.
eu levantei a minha mão com o facão e ao descer acertei o braço de um deles, o braço foi ao chão, e eu percebi que aquilo não era tão terrível assim, como eu pensei ao ver Ronaldo fazendo.
Quanto mais eu batia, quanto mais eu cortava, mais eu queria matar aquelas coisas, senti algo que nunca tinha sentido, era algo louco de se imaginar, alguns desses mortos que eu estava dilacerando, eu talvez reconhecia, não me era estranho, eu via tudo o que estava acontecendo como num filme, pois estava tudo em câmera lenta.
Em meio a isso tudo o grande portão de minha casa foi aberto, ele não agüentou a pressão dês quase 20 mãos o empurrando.
Essa foi a hora mais critica daquele momento, pois agora não havia o que impedir daqueles mortos me morderem, pois eles estavam entrando e correndo pra cima de mim, era uma coisa de louco.
Eu não sabia como fazia aquilo mas eu cortava tudo que chegava perto de mim, era fácil, eles não desviavam de mim, eles apenas vinham, era sangue pra todo lado, eu estava ali correndo de lado a lado matando cortando, e desta vez eu peguei a arma que tinha com apenas 12 balas e atirei em alguns, como nunca havia pegado em uma arma, errei muito, mas foi o bastante para matar uns dois ou três deles.
E continuei a matar eles, o incrível era que eles só morriam quando eram acertados na cabeça, eu já tinha matado bastante deles, quando lá fora na rua vi o que seria o fim de minha vida, havia muitos deles lá, uns 13 e eu somente esperei que eles olhassem pra mim e corressem para dentro e me matassem.
Mas o que aconteceu em seguida foi no mínimo inesperado, quando eu já havia entregue minha vida e já não tinha mais força pra lutar um grande caminhão chegou atropelando a maioria deles, desceu do carro dois caras matando a pauladas e a facão o restante que não tinha caído ou morrido.
Foi em meia a essa bagunça que ouvi uma voz conhecida gritando:

-anda logo seu molenga corre pra cá, entre logo poha.

Quando olhei era a Ricardo, ele estava dentro do caminhão mas eu não conseguia me levantar, estava em choque, veio até mim dois caras e me levantaram para dentro do caminhão.

-cara você é doido, você queria morrer é? Te deixo uns dias dozinho e você faz bagunça cara.
Eu olhei para Ricardo e pensei comigo, como ele conseguiu vim até aqui, e quem são essas pessoas, para onde estou indo.

-Pra onde estamos indo Ricardo? Perguntei ainda deitado.

-estamos indo para qualquer lugar, é uma longa historia cara, sente-se que irei te contar tudo.

Eu me sentei no chão mesmo, era um caminhão grande, aonde nos passávamos éramos vistos pelos zumbis, mas como estávamos rápidos não éramos alcançados.

-tudo bem me conte o que está acontecendo, e alias, você não tinha ido para o shopping?

- sim eu tinha ido para o shopping, alias eu cheguei ate o shopping, o problema e o meu erro foi exatamente ter ido lá, na verdade, o shopping estava lotado de mortos em volta, todos querendo entrar lá, e por sorte encontrei esses caras que estavam parados em um posto reabastecendo para fazer uma viajem, então resolvi passar aqui e pegar você.

-tudo bem, mais pra onde iremos agora?

-isso é uma pergunta que não se cala, na verdade, tenho duas coisas para te falar, uma boa e uma ruim, qual quer ouvir primeiro?

-fala logo, larga de besteira. Disse eu me encostando na parede do caminhão.

-a boa é que só Goiás foi infectada por essa praga, e a ruim é que ouvimos falar que talvez o governo terá que limpar tudo para que isso não se espalhe pelo mundo.

-mas como assim limpar?

-limpar no sentido de... EXPLODIR TUDO.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Cap 2 - De volta para casa

No dia seguinte após ter dormido um pouco, acordei com uma baita dor nas costas e uma dor de garganta horrível, mas logo passou pois tomei um remédio caseiro que avisa naquela casa.
Quando me levantei e sai do quarto, a casa estava vazia, não havia sinal nenhum do cara, parecia que ele tinha desaparecido do nada, procurei pelos quartos, no banheiro, no quintal do fundo onde havia os zumbis pregados a arvore, e procurei ate no buraco, pensando que ele tinha caído lá dentro, mas não achei ele.
Eu simplesmente voltei pra dentro da casa e fui ate a sala, sentei no sofá e me deparei com um pequeno bilhete na parede;


CARA NÃO PUDE FICAR MAIS AQUI, FUI EMBORA ANDAR POR AI, VER SE ARRUMO ALGUMA MULHER, OU ALGO PRA ME ANIMAR MAIS, DEIXEI UM FACÃO NO MEU QUARTO E UMA ARMA COM 15 BALAS, FAÇA BOM USO DELAS, VAI PRA ONDE VC QUISER OU FIQUE AI SMMO, VC QUE SABE, O LOCAL É SEGURO. TALVEZ UM DIA NOS ENCONTRARMOS DE NOVO. FLW


Eu simplesmente parei em frente ao bilhete comecei a andar em direção ao quarto onde ele tinha dito que havia as armas, eu como nunca tinha pegado em uma arma na vida, fiquei olhando pra ela durante alguns segundos, e logo a guardei.
Peguei tudo que podia pegar, desde comida, algumas facas na cozinha, tudo que eu poderia usar, tinha uma velha lanterna no chão.
Quando vi que naquela casa não havia mas nada que eu pudesse aproveitar eu sai pra fora da casa, chegando no portão, eu vi que se eu saísse ali, seria como um suicídio, tinha muitas daquelas pessoas lá fora, e eu não teria como matar elas, na verdade não sabia se teria coragem de matar alguém, mesmo que fosse um...zumbi.
Resolvi voltar e fui ate o quintal do fundo, tinha a arvore e logo após uma casinha de cachorro abandonada, de onde podia subir nela e ir para o outro lote vizinho, e foi isso que eu fiz.
Subi na casinha e dei uma olhada por cima do muro para ver se não tinha nenhum perigo deu pular lá dentro, quando percebi que não tinha perigo algum, eu pulei o muro, o quintal era pequeno, com uma casinha pequena que parecia não morar ninguém, pois havia bastante capim ao redor dela.
Fui andando ate um corredor estreito que dava acesso ate a parte da frente do quintal, chegando lá, encontrei uma mochila que não parecia ser velha, estava novinha em folha, e quando abri, não acreditei no que vi ali dentro, tinha muita comida, e algumas coisas para ferimento, olhei em volta e não vi nada, peguei a mochila e fiquei segurando ela na mão, pois nas costas já estava a que eu havia trazido da casa de onde estava.
Quando me virei de costas para voltar a parte do fundo do quintal, ouvi uma voz vindo de dentro da casa;

-estou perto, não se preocupe, não saia daí, nem você, nem sua irmã.

Eu fiquei ali parado e fui ate a porta, quando ia pegando na maçaneta, a porta se abriu, não acreditei quando vi quem era, era meu amigo Ricardo, ele estava ali parado olhando pra mim também, e logo ele acabou com o silencio.

-porra, diz alguma coisa cara.

Eu simplesmente sorri e fui ao encontro dele.

-caraca mano, mas como você conseguiu chegar aqui mano?

-wai, eu tava vindo pra cá ontem a noite, quando um bando de doido correu atrás de mim, e eu entrei no mercado ali perto, onde o pessoal me arrumou uns alimentos e algumas coisinhas ate eu chegar na sua casa.

-vamos entrar, tenho muita coisa pra te contar vei. Puxei ele para dentro da casa e contei tudo o que estava acontecendo a ele.
Quando terminei de contar, foi como se eu já soubesse a reação dele, ele deitou e deu aquela risada dele.

-cara fudeu tudo então, você que sempre quis que a terra fosse coberta de zumbis, agora esta vivendo o inferno de verdade.

E continuou a rir sem parar, enquanto eu olhava ele ali, mas logo eu também achei graça, mas acabei rindo foi dele, ele era um cara muito engraçado, não ligava pra nada dessas coisas, sempre levava os problemas na esportiva, isso era bom.

-mas então, o que faremos Ricardo, não podemos ficar aqui, vamos lá pra casa, lá pelo menos temos comida, água, abrigo, e podemos ficar lá de boa ate isso tudo passar.

-cara você acha que tudo isso vai passar ?

-é claro que vai, o governo irá andar reforço.

-larga de ser inocente, é cada um por si, você acha que o governo irá se preocupar com a gente? Eles nem sabem que estamos vivos cara.

-então o jeito e ficar aqui e morrer?

-não exatamente, eu não pretendo ficar aqui, e nem morrer, pretendo ir pro shopping e ficar lá um bom tempo, lá tem comida, coisas que podemos usar como arma, remédios, e outra coisa o shopping está fechado, não deve ter esses bichos lá dentro.

-cara não é uma boa idéia pra lá, dizem que lá é um dos locais que eles vão se reunir, eu sei disso porque já havia pesquisado, não é uma boa idéia cara.

-então sua idéia e fica na sua casa, quando acabar a comida, acabar a água, o que você irá fazer?

Eu abaixei a cabeça e fiquei ali pensando por um tempo, não tinha certeza se era aquilo que eu queria, mas ir para o shopping parecia ser algo impossível.

-Ricardo pensa comigo, como vamos chegar até lá?

-andando que não pode ser né vei, tipo assim, eu vou procurar um carro, sei lá, e vamos se mandar pra lá.

-eu não saiu de casa não cara, eu vou pra minha casa, se você quiser ir pode ir, mais pra mim isso parece suicídio cara.

-então você vai pra sua casa e fica lá droga, eu não fico lá nem a pau, não to pedindo pra você ir comigo, eu vou e pronto, se não quiser problema é seu.

Naquela hora eu me levantei do sofá, e olhei ele com desprezo.

-quer saber, tem razão, vai então pro seu shopping, to indo pra casa, não quero morrer atacado por esse bichos não, prefiro morrer lá em casa.

Eu peguei minhas coisas e abri a porta, quando eu estava saindo ele assoviou pra mim e me jogou uma sacola com umas sete bolachas.

-toma ai, você vai precisar.

Eu não disse nada, simplesmente sai fora da casa e fui em direção ao portão, pelo que me situei, a casa onde estava dava de frente ou de lado para um bar que havia perto de casa, mais ou menos uma quadra de distancia.
Eu olhei por cima do muro e dei um checape em volta, para ver se havia jeito deu ir andando normal, parecia não ter muitos bichos não, eu subi no muro e quando fui pular, Ricardo me puxou pelo pé.

-vou contigo ate sua casa, talvez você precise de ajuda pra chegar até lá.

Quando pulei o muro fui direto para trás de um carro que havia na rua, Ricardo meu seguiu até lá, continuamos a andar devagar até uma arvore que tinha logo perto, da arvore já tava pra ver a grande igreja que tinha em frente da minha casa.
Se a gente chegar ate a igreja, poderíamos nos esconder de trás de cada pilar e seguir em frente até chegar na minha quadra, mas o problema era atravessar a rua sem ser notado por aquelas criaturas que a cada dia que passava ficava mais feia, e as ruas estavam fedendo.
Ele foi o primeiro a ir até a igreja, ate ai tudo bem, ele chegou até uma grande escada que tinha e que era um ponto cego, entre a igreja e alguns bichos que havia logo ali perto, daí foi minha vez, também não teve problema, mas meu coração estava quase saindo pela boca.
Ficamos ali por mais ou menos uns 30 segundos observando tudo em nossa volta, minha casa ficava a uns 35 metros dali onde estávamos, eu vi que se andássemos ate lá seria perigoso demais, pois havia alguns mortos ali perto, eu não sabia mais como chegar ate em casa ate que Ricardo teve uma ótima idéia, ma muito perigosa.

-cara eu não vou pra sua casa, eu vou pro shopping, então façamos o seguinte eu chamo a atenção deles saindo correndo de volta pra casa de onde viemos, e você corre pra sua casa, pois eles vão persegui somente eu.

No começo eu achei aquilo uma grande idiotice, mas era a vida dele, se ele queria se matar era problema dele.

-tudo bem, quando você quiser.

-eu vou correr em direção a eles e chamar a tenção deles, e você fique escondido aqui, e quando não tiver mais nenhum no caminho você corre pra sua casa, ta bem?

-ta bem.

-no 3, 1...2... agora Dante

Ele saiu correndo em direção aos mortos, e gritando tacando pedras, e quando aquelas criaturas viu ele, eles começaram a correr atrás dele, ele se virou pra trás e começou a correr em direção a casa de onde saímos, eu vi aquelas criaturas correndo atrás dele, e percebi que aquela era a hora exata para eu correr de volta pra minha casa.
Eu olhei em volta, e todos os mortos estavam no muro onde Ricardo tinha pulado já para o outro lado de dentro da casa, eu comecei a correr em direção de minha casa, quando cheguei no portão peguei minha chave no bolso esquerdo da calça jeans , e abri o portão, quando entrei e fechei corri para a porta de casa, quando consegui abri-la e fechá-la foi um grande alivio, lá estava eu, sentado perto da porta, claro já do lado de dentro da casa.
Agora eu me perguntava como estaria Ricardo, o que ele iria fazer, pois ele não tinha carro por perto, e muito menos sabia aonde iria ter mais daquelas criatura.
Naquele momento eu só conseguia pensar em como seria minha vida dali em diante...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Cap 1 - Descobrindo o inferno

Estou aqui faz alguns dias, sem saber como está lá fora, não tomo banho faz dias tambem, comer eu como as vezes, separei aqui algumas bolachas e alguns enlatados que havia na pensão.
Não sei como estão meus pais, nem minha irmã, muito menos meus amigos, estou totalmente só aqui desde que isso tudo começou, tento apenas ficar quieto, gastar a menor quantidade de energia, pra não sentir tanta fome.
As vezes eu levanto e dou uma olhada na janela do outro quarto, pois ela tem uma pequena brecha, a eles continuam lá fora, claro fora do portão, o portão é de grade, e mesmo assim eles não entraram, talvez porque eu até agora não fiz barulho, ou não sentiram minha presença.
Durante o dia, escrevo em meu diário, ou leio algum livro que tenho em meus quarto, pois não tenho mais nada a fazer alem disso, energia acabou, então quando começa a escurecer, já me preparo pra tentar dormir, pois a dias tambem não durmo.
A tensão é muita, tem dias que eu penso ate em tirar minha própria vida, mas tenho a esperança de algum dia ver minha família que a um mês viajaram para são Paulo a negócios, e eu preferi ficar aqui, pois não queria viajar e deixar as coisas aqui a sós, porque sempre que viajavam eles falavam que iriam voltar logo mais na verdade sempre demoravam.
Desde então to dormindo aqui em casa só, e foi numa noite dessas que os demônios vieram a terra, era mais ou menos 2:20 da madrugada, uma chuva muito forte, parecia que o mundo estava acabando em água naquela noite, naquele momento eu acordei assustado, pois tinha acabado de ouvir um grito vindo da rua, era um grito horroroso, não parecia que era grito de gente, mas na verdade era.
Eu levantei da cama, e abri a janela um pouco, pois pensei que era alguém sendo assaltada, pois aqui no setor é muito freqüente ser assaltado, e se fosse assalto eu não queria que os bandidos me vissem, então não abri muito a janela, mas foi um susto pior que o grito, a mulher estava deitada no asfalto, já sem movimento, e tinha dois caras em cima dela, no começo pensei que fosse dois estupradores, mas vi direito que não era isso.
Os dois homens estavam mordendo a mulher e retirando a dentadas pedaços dela, um mordia em seu pescoço, e o outro na coxa, era uma cena que eu jamais tinha visto, alias, eu já tinha visto mais era em filmes, e pela tv não era uma cena tão horrível, mas vendo ali na minha frente eu fiquei paralisado de medo, não sabia o que fazer, quando uma viatura da policia chegou no local, acho que os vizinhos tinham chamado.
Os policiais apontaram as armas para os homens e disseram alguma coisa que não pude escutar por causa da chuva que estava muito forte, mas o homens nem levantaram, e um dos policiais atirou pra cima dando sinal de alerta aos homens, mas desta vez eles olharam para os policiais, os dois se levantaram e foram andando bem calmamente em direção aos policiais, e olhavam a pobre moça já morta no chão, ela estava totalmente ensangüentada, e quase toda dilacerada pelas dentadas.
Os policias disseram mais algumas palavras e depois deram alguns tiros nas pernas dos rapazes, eles caíram no chão, mas para a surpresa minha e principalmente dos policiais os dois se levantaram, mas desta vez correram para cima deles, os policiais correm também, mas não deu para ver o resto, porque eles tinham corrido para o outro lado da rua, onde não era possível eu ver o que havia acontecido.
Eu como no outro dia precisava acordar cedo para ir ao shopping para procurar emprego, fui dormir e deixar a bagunça para os policiais resolverem.
O celular despertou e eu acordei, sentei-me na cama e apenas cosei a cabeça, levantei, peguei minha toalha e fui tomar um banho bem quente, ao terminar o banho, fui para a cozinha mesmo sem ter vestido roupa, pois eu estava só na casa, então ninguém iria me ver mesmo, tomei meu café, e voltei para o quarto, onde me vesti e peguei tudo que iria precisar para sair.
Ao abrir a porta de casa, fui andando em direção ao portão sem mesmo me lembrar do ocorrido na noite passada, quando cheguei no portão, me deparei com uma sena horrível, o corpo da mulher ainda estava lá, eu quase vomitei quando vi aquilo, e não entendi o porque dos policiais ainda não terem tirado aquele corpo dali.
Eu abri o portão e sai em direção ao ponto de ônibus, de onde eu iria pegar a locomoção ate o shopping, o ponto fica apenas a um quarteirão de casa, quando estava eu chegando no ponto de ônibus tinha duas pessoas no ponto já, mas elas estavam tão estranhas, estavam de cabeça baixa, meio tontas, estavam paradas, mas pareciam que iriam cair a qualquer hora.
Quando eu fui chegando perto, ouvi um grande barulho, quando olhei para a rua de cima onde havia uma praça, eu avistei uma grande explosão, um caminhão com combustível tinha batido na rede elétrica e provocou curto circuito na rede, que provavelmente fez com que provocasse a explosão, eu fiquei ali parado olhando atentamente a explosão ate que percebi que o ônibus que eu estava esperado ele estava totalmente parado e desligado na esquina.
Eu não sabia o que estava acontecendo, mas minha intuição me dizia pra sair dali agora mesmo, e eu voltei em direção a minha casa, mas antes de virar a esquina, percebi que em meio a rua tinha umas 15 pessoas andando devagar quase parando, eu não sabia porque as pessoas naquele dia estavam assim, e outra coisa que percebi, elas estavam todas cheias de sangue, fiquei assustado quando percebi que era realmente sangue.
Eu fui andando em direção a elas, para poder ir para minha casa, mas no estante que eu chegava a uns 10 metros daquelas pessoas uma delas me olhou e eu levei um grande susto, pois a pessoa que me olhou estava totalmente sem a mandíbula, e ele veio seguindo ate mim, e lembrei do que aconteceu com os policias, e não quis esperar pra ver o que iria acontecer se chegasse perto de mim.
Quando me virei para voltar e rodear o quarteirão ate chegar em minha casa, o cara que me olhou tava me seguindo, e do mesmo instante, todos eles vieram andando, mas cada vez mais pareciam andar rápido ate que um deles gritou e começou a correr, eu não sei como mas corri também, e corri muito, em direção a outra esquina na quadra, pois só queria chegar em casa.
Quando eu estava subindo a esquina, perto da onde estava o caminhão pegando fogo, tinha também pessoa lá perto, mas agora sim eu fiquei em choque, as pessoas que estavam lá perto estavam pegando fogo, algumas estavam se rastejando pelo chão, mesmo assim não liguei para eles, continuei a correr, ate que vi que eu estava correndo para a boca do leão, pois a minha frente percebi que havia um numero maior de pessoas me senti encurralado naquele momento.
Eu não sabia para onde correr, ate que vi uma casa de portão aberto, não pensei duas vezes corri para dentro e fechei o portão, parecia que nenhum deles tinha me visto entrar, eu com tanto medo sentei-me no chão, tentando entender e dar uma explicação lógica para aquilo, mas não sabia realmente o que era.
Quando me dei uma recupera ali mesmo, olhei para frente e percebi que a janela estava aberta e no mesmo momento se fechou, eu levantei e dei uma olhada pra ver se tinha algum perigo de algum daqueles caras entrarem, e parecia que eles estavam longe.
Eu fui chegando perto da janela e ela se abriu e um cara com uma arma apareceu diante de mim.

- me responda você está ferido ou não?

Eu simplesmente fixei meus olhos nele e com muita calma respondi.

-eu não estou ferido, só estou procurando algum abrigo. Por favor deixa eu entrar.

O cara me olhou fixamente nos olhos e abaixou a arma saindo da janela, abriu a porta e me puxou para dentro.
Eu olhei para ele, e eles parecia estar vindo de uma guerra todo sujo, estava com facões no sofá, uma arma na mão e umas facas de pão da cintura.

-você sabe o que está acontecendo aqui na cidade ?

-não é só na cidade cara, acho que é no planeta todo, só pode ser coisa do governo, produto químico, arma biológica, alguma coisa que eles soltaram.

-mas o que realmente está acontecendo, e que eu não estou entendendo nada.

-cara sentisse, vou te contar, tudo que esta ai fora, essa bagunça toda foi esses malditos zumbis...
-espera cara, calma ai. Eu olhei ele e pensei comigo que ele estava louco, mas naquela situação eu poderia acreditar em tudo.

Então continuei:
-quer dizer que eu estava fugindo agora era de zumbis?!

-sim cara é meio dificio de acreditar, mas é verdade, você tem alguma outra explicação, essas merdas ai, comem carne humana, não pensam, não falam, a morrem so quando é acertado na cabeça.

Eu fiquei ali pensando, quase não dei ouvido ao que ele falava, estava só tentando repor minhas idéias, e tentar saber como eu tinha parado ali, estava torcendo para ser somente um sonho.
Mas acordei do meu profundo pensamento, com o cara me chamando para o fundo da casa dele, quando cheguei lá levei um basta susto que me fez cair no chão.
Havia uma arvore e nela tinha umas três pessoas amaradas, mas o que me chamava mais a atenção era que elas estavam sem braços sem pernas totalmente nuas e cheias de furos que mais parecia buracos de tiros, a pele deles estavam enrugadas, sinal de que estavam ali fazia algum tempo, e o que me surpreendia era que ainda estavam vivos.
O cara me levantou e me colocou sentado em uma cadeira, ele pegou um facão e começou a dar pancadas naquelas pessoas, eu me levantei e gritei.

-cara para com isso, que maldade.

-maldade ? ou isso aqui não sente mais nada não, se eu soltar eles, mesmo sem braços e sem pernas iriam tentar te matar.

No mesmo instante que ele tinha dito aquilo um barulho se fez vindo do corredor do quintal, ele saiu correndo e rindo m direção ao local, chegando lá me deparei com um buraco feito no chão, era grande o buraco, e lá dentro havia mais de 20 pessoas, ou zumbis, depende de como você chamaria.

-como você se chama cara ? ele me perguntou.

-me chamo Dante, e o seu ?

-eu me chamo Ronaldo, pois então Dante venha aqui, tá vendo isso aqui, era pra ser um poço, mas agora é uma cadeia de zumbis. E deu uma gargalhada horrível.

Eu fiquei ali em pé olhando para ele e para aquela crueldade, mas na realidade não sabia mais o que estava certo ou errado.